Ano: 1924
Direção: Yakov Protazanov
Duração: 111 minutos
Gênero: Ficção Científica
Cor: Preto e Branco
Aelita é um filme mudo soviético de ficção científica de 1924, livremente baseado no romance homónimo de Alexei Tolstoy, e dirigido por Yakov Protazanov. Foi o primeiro filme soviético de ficção científica.
Sinopse: A história tem lugar entre 1921 e 1923, após o final da Guerra Civil Russa e o início da Nova Política Económica. O filme começa com misteriosos sinais de rádio oriundos de Marte sendo captados em todo o mundo. Los e Spiridonov, dois engenheiros moscovitas, estão entre aqueles que recebem as mensagens. Los começa a fantasiar sobre a sua origem, ao mesmo tempo que Aelita, filha de Tuskub, regente de Marte, usa um telescópio para espiar a vida na Terra e se foca nele. Los começa a preencher os sonhos de Aelita, enquanto que este fica obcecado com a mensagem e fantasia com Aelita. O casamento de Los com a sua mulher Natasha desmorona-se devido à crescente obcecação deste com as mensagens, e Los acaba aceitando um trabalho no leste da Rússia, afastando-se de casa por algum tempo. Quando regressa, dispara sobre Natasha durante um acesso de ciúmes, acreditando que esta lhe tinha sido infiel com Ehrlich, um aristocrata trapaceiro.
Embora a ficção científica não se tenha imediatamente afirmado enquanto género cinematográfico na União Soviética, Aelita teve um impacto importante fora do país. Os seus enormes cenários, radical guarda-roupa e visão distópica de uma sociedade futurista influenciaram o filme Metrópolis (1927) de Fritz Lang, e o uso do sonho no enredo, tão criticado na época, tornar-se-ia num efeito psicológico padrão no cinema Ocidental durante a década de 1940, sendo atualmente tão comum que é considerado um cliché.
O tratamento dado por Protazanov ao romance de Tolstoy viria ainda a ser imitado em outros filmes de ficção científica soviéticos, como Stalker (1979) de Andrei Tarkovski e Dni zatmeniya (1989) de Alexandr Sokurov, que também foram despojados dos elementos de ficção científica dos romances em que se baseiam para se focar mais na moral terrena e em questões filosóficas.
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