Bela Lugosi nasceu como Béla Ferenc Dezsõ Blaskó em 20 de outubro de 1882 em Lugos, na Hungria, que era então parte do Império Austro-Húngaro. Seu local de nascimento estava apenas cerca de cinquenta quilômetros de distância da fronteira ocidental da Transilvânia e do Castelo Poenari, a lendária casa de Vlad, o Empalador, o Drácula histórico, a quem Lugosi iria retratar com grande sucesso no teatro e no cinema.
Bela fugiu de casa com 11 anos, abandonou a escola e engajou-se no trabalho de mineração. Na adolescência começou a atuar em pequenas companhias teatrais. Ao longo da primeira década do século 20, ele percorreu o Império Austro-Húngaro realizando varias peças clássicas como "Romeu e Julieta", "Hamlet" e "Richard III". O caminho mais comum o guiou do teatro para o cinema mudo húngaro, e ele acabou adotando o nome "Lugosi" como uma referência ao seu local de nascimento "Lugos".
Porém, teve que interromper seu início de atividades graças à Primeira Guerra Mundial. Há boatos de que ele tenha sido ferido três vezes, assim causando sua futura dependência em morfina para aliviar as dores que o seguiram por sua vida inteira. Após ser liberado do serviço militar, teve uma vida conturbada, casou-se pela primeira de cinco vezes e saiu da Hungria por conta das suas opiniões políticas. Se refugiou na Alemanha, por pouco tempo, para depois migrar para o país onde conseguiu alcançar a fama: os Estados Unidos.
Bela participou do teatro na comunidade húngaro-americana e após algum tempo ganhou a oportunidade de interpretar Drácula, numa adaptação teatral escrita por John Balderston. Sua interpretação única e assustadora nesta peça foi que abriu as portas para seu estrelato no cinema. O diretor Tod Browing descobriu Bela e o chamou para interpretar o vampiro em sua versão cinematográfica de Drácula (estava cotado para o papel de Drácula o ator Lon Chaney, mas ele acabou falecendo pouco tempo antes). Este papel lhe deu estrelato e ao mesmo tempo o marcou como "um ator de um só papel".
Ao longo da década de 1930, Bela foi estigmatizado como um vilão dos filmes de terror de Hollywood, fazendo papéis de monstros, assassinos e cientistas loucos em dezenas de filmes "B". Os diversos papeis representados por Bela e sua grande participação em filmes durante a década de 1930, o fez como uma das primeiras grandes estrelas do gênero horror da época. No entanto, ao longo de toda a sua carreira Bela foi frustrado por sua incapacidade de romper em outros tipos de filmes. "Estou definitivamente condenado a ser um expoente do mal", disse ele.
A partir da década de 40, sua carreira começou a sofrer forte declínio, com bons papeis se tornando cada vez mais escassos. Também começou a sofrer mais acentuadamente de uma forte dor na perna, problema iniciado durante sua participação na Guerra. Alem dos problemas de saúde, também se encontrava com problemas financeiros. Quando já estava esquecido, quase na pobreza, o ator húngaro foi encontrado pelo diretor de filmes “B” Ed Wood, grande fã de seu trabalho. Diz-se que Ed Wood arcou com vários custos de internação de Bela, que estava consumido pelo vício em morfina.
Em condições quase amadoras, trabalhou como narrador do filme “Glen or Glenda” (1953) e como um cientista louco (parodiando Victor Frankenstein) em “Bride of the Monster” (1955). Na fase de pós-produção do filme, foi tratar de sua dependência de drogas. Querido pela equipe, a première do filme foi usada para pagar suas despesas hospitalares. Frank Sinatra também o teria ajudado nessa fase. Em 1955, começou a trabalhar em um novo projeto de Wood, “The Goul Goes West”. Com a famosa capa de Drácula, os dois chegaram a rodar algumas cenas, sem roteiro definido na frente de seu apartamento. Essas filmagens acabaram resultando no clássico do cinema B “Plan 9 from Outer Space”, em que boa parte foi rodada após a morte do ator.
Bela Lugosi morreu dormindo em 16/08/1956 com 73 anos de idade em seu pequeno apartamento em Harold Way (Hollywood) devido a um ataque cardíaco provocado pelo uso abusivo de medicamentos e morfina durante anos. Ele foi sepultado vestindo sua famosa capa de Drácula, a qual usou em grande parte de sua vida em seus papéis do famoso e imortal vampiro. Bela Lugosi é um ícone sagrado do terror e sempre será lembrado como o eterno Drácula.
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Muito bom amo esse estilo. Ótimo blog
ResponderExcluirMuito obrigado, em 2018 terá varias novidades desse estilo que todos nós amamos <3
ExcluirBelas postagens, nunca tinha visto o trabalho dele como Drácula, pois o vampiro da minha infância foi o Christopher Lee. Lugosi trabalhou em um filme chamado: "Meu filho, o vampiro" aka "the vampyre over London" que era um terrir? Se não me falha a memória ele era um cientista louco, pra variar. Um grande abraço.Ah Feliz Ano Novo!
ResponderExcluirLugosi e Lee foram os melhores representantes do Conde na história do cinema pra mim, dupla imbatível. Tenho interesse em ver esse filme q vc citou, mas infelizmente até agora não achei nenhuma legenda pt-br, mas quando achar será postado. Obrigado por acompanhar o blog, 2018 trarás varias novidades :)
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